Comitê de controle da tuberculose discute ações para fortalecer enfrentamento à doença no Paraná 20/06/2024 - 17:22

O Comitê de Controle da Tuberculose no Paraná reuniu-se nesta quinta-feira (20) para alinhar e fortalecer ações para o diagnóstico, tratamento e prevenção da tuberculose no Estado. Criado em agosto de 2023, por meio da Resolução 1084/2023, o grupo atua para que a tuberculose seja eliminada como problema de saúde pública nos próximos anos.  Participaram da reunião gestores e profissionais da saúde do Governo do Estado e dos municípios, além de representantes da sociedade civil.

Problema de saúde pública, a tuberculose acomete principalmente os pulmões, mas pode atingir outros órgãos ou sistemas, como a pleura, gânglios linfáticos e ossos. O tratamento dura no mínimo seis meses, é gratuito e organizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), assim como o diagnóstico, que pode ser realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).   

“Existe tratamento, mas deve ser cumprido em sua totalidade, o que muitas vezes não ocorre. Chamo a atenção de todos que a prevenção ainda é o melhor caminho", complementou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Acácia Nasr.  

A Secretaria da Saúde alerta para os seguintes sintomas e cuidados: tosse por três semanas ou mais pode ser tuberculose. A recomendação é procurar a UBS mais próxima da residência; o tratamento deve ser realizado até o final; os profissionais devem estar atentos às pessoas com sintomas respiratórios; o diagnóstico e tratamento estão disponíveis no SUS; toda a criança deve ser vacinada ao nascer com a BCG; o acolhimento e o vínculo com a pessoa com tuberculose fazem toda a diferença para adesão ao tratamento e cura da doença; pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) têm mais chance de adoecer por TB; estigma e discriminação podem afastar as pessoas do tratamento.

DADOS - De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, no Brasil, foram mais de 80 mil novos casos em 2023 – incidência de 37 casos por 100 mil habitantes. Ainda segundo o Sinan, entre 2021 e 2023, houve um aumento de 22,6% no número de casos de tuberculose no Paraná, passando de 2.157 para 2.650 novos registros, que correspondem à incidência de 22,8/100 mil habitantes, no último ano. A incidência aumentou de 18,6 casos por 100 mil habitantes (2021) para 22,8/100 mil habitantes, em 2023.

Em relação ao coeficiente de mortalidade, mesmo considerando que a doença tem tratamento e o óbito é evitável, houve um aumento no Paraná de 29% entre 2021 e 2023 – passando de 169 para 208 mortes por tuberculose.

META - A eliminação da tuberculose até 2030 é uma das metas propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). O Paraná atua em várias frentes, desenvolvendo uma rede laboratorial estruturada de testes rápidos para a doença, além da oferta dos testes IGRA (teste para detecção de tuberculose em pessoas que não apresentam sintomas da doença), para avaliação dos contatos de pessoas com tuberculose e de Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA), dentre outras ações.

“Esse deve ser um trabalho conjunto, pois somente assim conseguiremos alcançar as metas estipuladas. O Plano Estadual pelo fim da Tuberculose tem como metas reduzir o coeficiente de incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes no Paraná e o número de óbitos em 95%”, reforçou Juliana Taques, técnica da Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Sesa. Ela também atua no Plano Estadual pelo fim da Tuberculose.

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