CPPI - Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos
Fundado em 1987, o Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI) atua na área de pesquisa e desenvolvimento de produtos de interesse para a saúde pública do país, produz soros antivenenos, insumos e antígenos para auxílio diagnóstico. O CPPI é referência nacional do soro antiloxoscélico, contra a picada de aranha-marrom, e do antígeno de Montenegro, utilizado para auxílio diagnóstico da leishmaniose tegumentar americana.
A partir de 2016 a Fundação Estatal de Atenção a Saúde - FUNEAS assumiu algumas ações do CPPI, visando melhorar a eficiência institucional.
O Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos – CPPI foi criado através da deliberação nº 11/87 da então Fundação de Saúde Caetano Munhoz da Rocha/ Secretaria de Estado da Saúde do Paraná - SESA, em 22 de abril de 1987, com a finalidade inicial de produzir imunobiológicos para atender a demanda dos serviços estaduais de saúde.
O CPPI nasceu da ausência de oferta de alguns produtos usados para o diagnóstico de doenças infecciosas e parasitárias, bem como da falta de Soros Antivenenos no país.
O CPPI tem sua história marcada por três fases distintas:
A primeira quando se instala passionalmente em exíguos 180 m² junto ao Laboratório de Pesquisas Biológicas – LPB, hoje Laboratório Central do Estado do Paraná – LACEN, na cidade de Curitiba. Sua instalação foi inicialmente motivada pela pouca disponibilidade de soros antivenenos, conseqüência da obsolescência do então parque produtor nacional e da ausência da oferta de antivenenos pela iniciativa privada, bem como, de alguns produtos para uso diagnóstico. Iniciaram-se então, os estudos para produção dos Soros: Anti-rábico (Homólogo) e Antiofídico (Heterólogo); Antígenos de Montenegro e Mitsuda.
Nos anos de 1990 e 1991 ocorre a segunda fase a partir da conclusão provisória de sua sede atual, em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba. Essa fase é marcada pela busca em dotar o órgão de recursos humanos capacitados, equipamentos necessários, tecnologia e estrutura apropriadas para o pleno desenvolvimento de suas potencialidades. Nesta época a sua colaboração enquanto produtor limitou-se ao atendimento da demanda estadual dos antígenos de Montenegro e Mitsuda.
A terceira fase inicia-se com o advento do Loxoscelismo no Estado do Paraná, onde a partir do início dos anos 90 é observado um crescente aumento no número de acidentes relacionados com a aranha marrom (Loxosceles). Considerando que a Grande Curitiba é o centro onde ocorre o maior número de acidentes loxoscélicos no Brasil e no mundo, é então estabelecida em 1993, através do Decreto Municipal Nº 1044 a Comissão de Estudos da Loxosceles, envolvendo um grupo de expertises das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde, Universidade Federal do Paraná, Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos - CPPI e Fundação Nacional de Saúde, de modo a envidar esforços e recursos para melhor conhecer essa problemática e propor soluções para o seu controle. A alta taxa de infestação intradomiciliar no Paraná, demandando grande quantidade de soro, aliada a ausência de um soro específico para o tratamento das conseqüências clínicas do acidente, estimulou o desenvolvimento e produção do soro antiloxoscélico por parte do CPPI. A partir de 1994, iniciam-se então, os esforços para produção do Soro Antiloxoscélico Monoespecífico, sendo no final de 1996, disponibilizado o primeiro lote para uso nos serviços de saúde do Paraná. Em 1999 iniciam-se os estudos para a produção do Soro Antiloxoscélico Poliespecífico que neutraliza o veneno das três espécies de aranha marrom de interesse médico no Brasil e América Latina (L. intermedia, L. gaucho e L. laeta), passando então o CPPI, a partir do ano 2000 a produzir exclusivamente o Soro Antiloxoscélico Poliespecífico, hoje denominado trivalente, proporcionando ao País uma alternativa terapêutica com maior disponibilidade e especificidade.
Em 1995, o CPPI deu seus primeiros passos no mercado nacional, passando a fornecer ao Ministério da Saúde o Antígeno de Montenegro e em 2003 iniciou sua colaboração com o PNI através do fornecimento do Soro Antiloxoscélico.
Atualmente o CPPI é um dos quatro laboratórios oficiais produtores de Soros Antivenenos, produzindo os Soros Antibotrópico e Antiloxoscélico que são distribuídos a todo o território nacional pelo Ministério da Saúde (foto 02). Sendo o CPPI o único produtor do Soro Antiloxoscélico trivalente. Também fornece para a rede nacional de serviços de saúde, através de convênios com o Ministério da Saúde, o Antígeno de Montenegro para auxílio diagnóstico da Leishmaniose; Antígeno de Mitsuda para auxílio prognóstico da Hanseníase, Antígeno para diagnóstico da Paracoccidioidomicose e Esteriteste (indicador biológico para controle da esterilização).
Para o desenvolvimento de suas atividades, nas áreas de produção de medicamentos e biológicos, produtos para diagnóstico de doenças de interesse em saúde pública e insumos, o Centro conta com um terreno de 459.800 m2 e uma área construída de 5.600 m2, distribuída em: Laboratórios de Produção (Venenos de serpentes e aranhas, Plasma Equino, Soros Antiveneno, Antígenos e Insumos); Laboratório de Experimentação Animal; Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico; Laboratórios de Controle de Qualidade; Áreas de Suporte Administrativo e Técnico como as Divisões: de Produção, Pesquisa e Desenvolvimento, Suporte Operacional, Gestão da Qualidade e Biossegurança; Coordenação de Garantia da Qualidade, Regulamentação e Direção.
Como desdobramento da sua missão, que é “Promover soluções em pesquisa, produção e serviços voltados à saúde pública”, o CPPI tem como diretrizes básicas a adequação física, estrutural e organizacional, o planejamento estratégico, a gestão da qualidade, a consolidação da área de pesquisa, o desenvolvimento dos talentos humanos, a implantação de um modelo estrutural mais flexível e autônomo e o intercâmbio técnico-científico interinstitucional.
De acordo com estas diretrizes e, visando a inovação em saúde, o CPPI vem estimulando e priorizando o desenvolvimento de projetos de pesquisa que objetivam principalmente a melhoria de processos e o desenvolvimento de novos produtos em atendimento as necessidades epidemiológicas do país, por meio de uma política de parcerias interinstitucionais.
O comprometimento com a saúde pública e a busca da excelência em todos os níveis da organização exigem a transposição para uma nova fase institucional. Objetivando a modernização e estruturação produtiva e gerencial, a instituição está desenvolvendo projetos de ampliação e readequação do seu parque tecnológico, incluindo uma nova fábrica para a produção de soros e antígenos.
Assim, o CPPI está se preparando para contribuir de forma mais ampla e significativa na consolidação do complexo industrial da saúde, garantindo a implementação e a diversificação do fornecimento de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde.
Biotecnologia Industrial
- Soro antiloxoscélico
- Soro antibotrópico
- Antígeno de Montenegro
- Antígeno de Paracoccidioides brasiliensis
- Esteriteste
- Produção de venenos
Educação em Saúde
- Capacitação para o manejo e prevenção de acidentes com animais peçonhentos
- Programa Paraná em ação
- Ação de prevenção e proteção à saúde em relação aos animais peçonhentos
- Palestras
- Estágios
Pesquisa e Desenvolvimento
- Soro antiveneno com proteína recombinante
- Anticorpo monoclonal
- Antígeno de Montenegro bivalente
- Antígenos para diagnóstico de neurocisticercose
- Diagnóstico por elisa, imunoblot e imunofluorescência
- Parcerias com universidades (mestrado e doutorado)
Diretor
- Rubens Luiz Ferreira Gusso
Núcleo de Produção
- Erickson Luiz de Moura
Núcleo de Controle Laboratorial e Biossegurança
- Ana Paula dos Santos Silva
Núcleo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
- João Carlos Minozzo
Núcleo Administrativo-Financeiro
- Jairo Fernandes de Queiroz
Informações sobre soros e antígenos fabricados no CPPI:
Telefone: (41) 3673-8800
E-mail: cppi@sesa.pr.gov.br