Governador destaca agilidade do Lacen nos testes da Covid-19 01/04/2020 - 19:30
Conhecer os profissionais do local foi um gesto de agradecimento pela dedicação das cerca de 70 pessoas de todas as áreas que trabalham diariamente para disponibilizar os resultados a médicos de todo o Estado, o que ajuda a orientar os tratamentos. O boletim epidemiológico originado a partir das constatações do Lacen baliza as políticas públicas de saúde do Governo, como o isolamento social, e serve como um termômetro da circulação viral.
“O Lacen tem um padrão de qualidade internacional e é referência no Brasil, inclusive perante os outros estados. Nesse momento o mundo inteiro trabalha por mais exames e mais testes. E o laboratório tem nos ajudado a tomar as decisões mais corretas e sensatas em defesa das famílias paranaenses”, disse Ratinho Junior. “Fiz questão de agradecer a dedicação pessoal dos funcionários, as horas e horas de muito trabalho. Se não tivéssemos a qualidade do Lacen, possivelmente não conseguiríamos tratar da maneira adequada alguns casos ou diminuir o número de pessoas infectadas”.
O Lacen recebe diariamente exames de todos os municípios e em até 72 horas conclui pela presença ou ausência do novo coronavírus no material genético coletado. A partir da mudança de metodologia, a instituição também passou a ajudar a habilitar laboratórios privados ou aqueles das universidades públicas no Interior – o Lacen valida a eficácia do teste de Covid-19 proposto.
O secretário estadual de Saúde Beto Preto também esteve no Lacen. Ele destacou a velocidade de resposta do laboratório diante da pandemia, com capacidade de produção de cerca de 600 testes por dia. “O Lacen é um centro de excelência de saúde pública, balizador da qualidade dos exames feitos em todo o Estado. Tem selo de qualidade. O laboratório aumentou exponencialmente os exames durante a pandemia, entre Interior e Capital”, afirmou.
Beto Preto também pontuou que os exames feitos pelo Lacen ajudaram a aperfeiçoar os testes disponibilizados pela Fiocruz em todo o território nacional e, também, que o laboratório tem décadas de assistência de saúde pública ao Estado com as detecções de hepatite, HIV, dengue e chikungunya, por exemplo, além do painel aleatório de 51 pontos de coleta (rede Sentinela) dos vírus respiratórios que circulam pelo Estado.
ISOLAMENTO SOCIAL – O governador também destacou a necessidade de manutenção da política de isolamento social e contenção da circulação de pessoas para evitar a transmissão comunitária. “É o melhor remédio. Onde aconteceu esse freio houve menos mortes e infectados. A ideia no Paraná é manter esse freio de aglomerações, evitar que as pessoas fiquem circulando e a possibilidade de passarem o coronavírus umas para as outras”, afirmou Ratinho Junior.
MAIS PROFISSIONAIS – O Governo do Paraná reforçou em mais de 20% o quadro de profissionais do Lacen. O número de funcionários deve chegar a 73 com o ingresso de dez bolsistas, dois profissionais temporários e um profissional que virá de um convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas-Brasil). Os bolsistas foram alocados para as fases pré-analítica e pós-analítica e ajudaram a desafogar os trabalhos administrativos, que antes eram executadas pelos biomédicos que trabalham nos laboratórios.
A diretora-geral do Lacen-PR, Célia Fagundes Cruz, destacou que o reforço no quadro funcional ajuda a manter o compromisso de 600 exames por dia e prazo de 72 horas de resultado. “Foi uma medida fundamental para dar agilidade aos exames. Estava ficando inviável manter essa rotina. São 600 exames de biologia molecular, que é um processo complexo, que exige muitas etapas”, arrematou.
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Veja como funciona os testes no Lacen
Os testes de Covid-19 chegam de todos os municípios do Paraná a partir das aeronaves disponibilizadas pelo Governo do Estado. Também há transporte terrestre envolvido nessa logística.
A primeira etapa do teste é de conferência dos dados da amostra. Há uma verificação do cadastro do paciente no sistema que gerencia a atividade laboratorial e se o material está adequado para exame. As amostras são acondicionadas em recipientes adequados e são etiquetadas com códigos internos.
A segunda etapa é a entrada das amostras no laboratório. São necessários diferentes procedimentos que envolvem colocação de reagente e agitação em cada amostra para que ela esteja preparada para a extração do RNA.
A realização efetiva ocorre na terceira etapa: a leitura do genoma da célula do vírus, chamado exame PCR em tempo real. O material genético extraído é colocado em um equipamento que mistura uma quantidade muito pequena de amostra e o reagente específico para o vírus. Na sequência, a bandeja com o preparo é colocada no equipamento que identifica, numa leitura bastante rápida, o que se apresenta naquela amostra por meio da análise pela biologia molecular, que está em estado líquido. A máquina, chamada termociclador, funciona com alteração de temperatura.
Todos os resultados são exibidos em um painel via sistema de informação. São gráficos com linhas em diferentes cores que indicam em quais amostras foram encontrados vírus, ou cepas de vírus. Os bioquímicos avaliam resultado por resultado e validam via sistema. Só assim os laudos são assinados eletronicamente e liberados via Sistema Gal, e a informação pode ser consultada pela unidade que solicitou o exame.