Sesa promove treinamento para identificação de espécies de morcegos 28/11/2019 - 16:10
O treinamento aconteceu entre os dias 21 e 22 de novembro, no Laboratório de Taxonomia Animal (Labtax) da secretaria estadual, em Piraquara. Participaram 15 pessoas entre biólogos e médicos veterinários das Unidades de Vigilância de Zoonoses (UVZs), técnicos do Laboratório Central do Estado (Lacen) e da Divisão de Zoonoses e Intoxicações.
Em dois dias o grupo recebeu informações sobre técnicas e características para identificar os animais. A bióloga Adriana explica a relevância do treinamento. “A identificação das espécies de morcegos realizada pelos CCZ’s é de extrema importância, pois além de visar o levantamento das espécies da região, permite o estudo e conhecimento do comportamento, da biologia e importância ecológica destes animais. Além disso, quando se conhece as espécies de ocorrência, auxilia na implementação de ações necessárias à vigilância epidemiológica e ao estabelecimento de uma convivência harmônica entre homem e morcego, reduzindo desta forma os riscos à saúde de pessoas e animais”, comenta a representante do CCZ de São Paulo.
Os morcegos recolhidos pelos municípios são enviados para diagnóstico de raiva no Lacen. Somente entre janeiro e novembro deste ano, 46 morcegos tiveram resultado positivo para a raiva no Estado. Destes, 44 são não hematófagos (que se alimentam de insetos e frutas) e 2 hematófagos (que se alimentam de sangue).
RAIVA – A raiva é uma doença infecciosa causada por um vírus que afeta o sistema nervoso dos mamíferos. A transmissão da raiva ocorre através da saliva de um mamífero infectado, sobretudo através da mordedura de animais.
Os morcegos também estão na área urbana e representam o maior risco para infecção por raiva. Encontrar um morcego com hábitos incomuns (voando durante o dia ou caído no chão), a indicação é isolar o local onde o animal foi encontrado ou prendê-lo com um balde, por exemplo. Não se deve tocar no animal de forma nenhuma. E deve-se contatar a Secretaria Municipal de Saúde.
Além do morcego, cães e gatos também podem ter e transmitir a doença. “A indicação é que os cães e gatos sejam vacinados anualmente contra a raiva e os tutores são os responsáveis pela vacinação destes animais”, explica o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
Prevenção – A coordenadora do Programa Estadual de Controle da Raiva, Tatiane Brites Dombroski reforça que a prevenção é bastante eficaz se o paciente buscar atendimento imediato. “Caso aconteça algum acidente com animais domésticos ou ainda com morcegos, a pessoa deve imediatamente se deslocar para uma unidade de saúde para avaliação do caso”, explica Tatiane.
Cuidados - Com o verão se aproximando, a Secretaria de Estado de Saúde reforça as instruções para evitar contato com o morcego. Por exemplo, fechar as janelas durante a noite, para evitar que os morcegos entrem na residência.
Orientações à população:
- Evite tocar em qualquer morcego, vivo ou morto.
- Os morcegos são animais de hábitos noturnos. Quando encontrados caídos ou voando durante o dia, podem estar doentes, com o vírus da raiva.
- O contato direto com morcegos por toque, arranhões ou mordidas é grave. Caso isso aconteça, procure a unidade de saúde mais próxima.
- Qualquer espécie de morcego pode transmitir o vírus da raiva, não apenas o hematófago.
- É importante a vacinação anual contra raiva de cães e gatos, mesmo para animais idosos e que não tenham acesso às ruas.
- Para humanos, não há indicação de vacinação prévia, com exceção dos profissionais que trabalham na área e com manejo de animais, conforme avaliação baseada no protocolo do Ministério da Saúde.
No caso de sofrer qualquer tipo de agressão por animais mamíferos:
- Lave o ferimento imediatamente com água corrente e sabão.
- Procure rapidamente uma unidade de saúde.
- Faça o tratamento quando for indicado sem faltar às vacinações.
- No contato com morcego (lambedura, mordedura ou arranhão), ou no caso de acordar com o animal caído dentro do quarto de dormir, procure o serviço de Saúde para avaliação do caso.