Atenção à Saúde das Pessoas em Situação de Violência

Fique sabendo como buscar ajuda em situações de violência e outras informações importantes!

Independente do tipo de violência, você poderá buscar ajuda em qualquer serviço do Sistema Único de Saúde (SUS) no seu município ou na sua região.

Procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) próxima de sua casa, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou Pronto Socorro (PS) aberto 24h.

No caso de violência sexual, poderá procurar também o hospital de referência para Atenção Integral às Pessoas em Situação de Violência Sexual na sua região.

Se estiver em uma situação grave de saúde que impossibilite a ida até um serviço de saúde para receber atendimento, peça ajuda, ligue:

 

192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)

193 - Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE)

Você será atendido(a) por uma equipe qualificada e se for necessário será enviada uma ambulância ao local. É importante que você saiba onde está no momento da ligação e indique um ponto de referência, se possível, para que a ambulância chegue ao local certo e preste o atendimento o mais rápido possível.

 

Atenção!

Caso a violência/agressão esteja acontecendo no momento, ligue imediatamente para a Polícia Militar no 190, que encaminhará ajuda para garantir a sua segurança, e afastar o agressor, e se possível distancie-se do local em que o agressor está.

 

ACESSE AQUI OS HOSPITAIS DE REFERÊNCIA PARA ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL NO PARANÁ (casos agudos, até 72 horas após a ocorrência).

 

CARTILHA - VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES - INFORME-SE: SAIBA O QUE FAZER E COMO PREVENIR

CARTAZ - VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES - INFORME-SE: SAIBA O QUE FAZER E COMO PREVENIR

 

Importante!

Todos os atendimentos do SUS são gratuitos e estão disponíveis para toda pessoa que precisar.

O SUS conta com equipes e serviços especializados para melhor lhe atender! Quanto antes você procurar o atendimento de saúde, mais efetivo será.

O acolhimento e a assistência nos serviços de saúde NÃO estão condicionados ao registro de Boletim de Ocorrência (BO). Caso você opte por NÃO registrar o BO, sua decisão será respeitada, sem prejuízo ao atendimento integral à saúde, ou seja, o registro de Boletim de Ocorrência NÃO é obrigatório para receber atendimento nos serviços de saúde. É importante que você registre a ocorrência para a realização da coleta de vestígios da violência sofrida, bem como para fins de investigação e instauração de processo policial e eventual ação penal, caso você decida dar seguimento neste sentido.

 

Existem vários tipos de violências e elas podem acontecer com qualquer pessoa a qualquer tempo e idade. As violências mais conhecidas são: violência física, violência sexual, violência psicológica ou moral e negligência, abaixo têm mais informações sobre estas violências. Existem também outros tipos de violências: a financeira/econômica, a “violência simbólica”, o tráfico de seres humanos, o trabalho infantil e a violência por intervenção legal.

Violência física é qualquer ação ou omissão que ofenda a integridade física, sendo o tipo mais comum de ser percebida. Pode ser caracterizada, por exemplo, por tapas, espancamento, chutes, socos, arranhões, mordidas, queimaduras, entre outros.

Violência sexual é quando a pessoa tem seus direitos sexuais e reprodutivos violados ou anulados. Dentre outras formas, ocorre por meio de uma relação sexual contra a vontade, bem como por outros tipos de contato físico íntimo (beijos e toques não consentidos etc.) ou mesmo ações sem contato físico (exibição dos órgãos genitais ou masturbação, filmagem das partes íntimas de crianças e adolescentes ou de maiores sem a sua permissão etc.), mediante a chantagem, ameaça e suborno ou manipulação, ou quando a pessoa é impedida de usar qualquer método contraceptivo (camisinha ou pílula anticoncepcional), ou é coagida a fazer sexo no casamento forçadamente, ou ainda quando é exposta a cenas pornográficas indevidamente, etc. O Código Penal Brasileiro, define estupro de vulnerável como sendo “[...] o ato de ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos”, independente se foi consensual ou não. Além disso, considera também como estupro de vulnerável, independente da idade, o ato de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com pessoas que, "[...] por enfermidade ou deficiência mental, não têm o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência".

Violência psicológica/moral é qualquer ato que provoque desrespeito, discriminação, prejuízo emocional e diminuição de autoestima. Esse tipo é muito comum, porém mais difícil de ser compreendida ou identificada. É uma conduta abusiva, o excesso de controle sobre a outra pessoa, podendo dissimular amor ou preocupação, é quando a pessoa exerce influência na outra sobre como se vestir, falar, com quem sair ou o que comer. Estabelece uma codependência psíquica, tornando a pessoa vulnerável e afastando-a dos círculos de convivência, amigos e família. O bullying é um exemplo de violência psicológica muito frequente em ambientes escolares, e o ciberbullying na internet.

Negligência é quando ocorre a privação das necessidades e cuidados básicos para o desenvolvimento físico, emocional e social da pessoa. Envolve principalmente crianças, adolescentes e idosos. O abandono é uma forma extrema de negligência.

 

Lembre-se!

Em uma situação de violência procure o serviço de saúde mais próximo de sua casa. Não se envergonhe nem se sinta culpada(o) diante da situação. Você pode procurar também outro serviço e ou profissional que você confia.

Os serviços de saúde no Paraná estão organizados em Rede de Atenção à Saúde (RAS) constituída por diversos pontos/locais e instituições para acolher as pessoas em situação de violência nas diferentes fases do ciclo da vida. Objetiva o acolhimento, a oferta da atenção integral em saúde e o cuidado em rede intra e intersetorial para o enfrentamento e superação da violência.

A pessoa em situação de violência é atendida de forma humanizada e integral em todos os pontos da Rede de Atenção à Saúde no Estado do Paraná, a fim de minimizar agravos físicos e psicológicos resultantes da violência sofrida, sendo eles:

  • Unidades Básicas de Saúde (UBS)

  • Hospitais

  • Unidades de Pronto Socorro (UPA) - abertos 24h por dia

  • Pronto Socorro (PS) - abertos 24h por dia

  • SIATE

  • SAMU

  • Entre outros

Se você passou por uma situação de violência, ou suspeita que uma criança ou adolescente, um idoso, ou uma pessoa com deficiência possa ter sido vítima de violência, além de ser acolhido(a) nos serviços de saúde, poderá procurar também serviços da rede de atenção e proteção no seu município, tais como:

  • Centro de Referência da Assistência Social (CRAS)

  • Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)

  • Conselho Tutelar

  • Casa da Mulher Brasileira

  • Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM)

  • Conselhos de Direitos

  • Delegacias de Polícia

  • Defensoria Pública

  • Ministério Público, entre outros

Procure atendimento de saúde o mais rápido possível, de preferência nas primeiras horas após a ocorrência da violência sexual. Existem exames e tratamentos preventivos que precisam ser realizados o quanto antes!

Procure uma pessoa de sua confiança e peça ajuda!

Preserve as possíveis provas periciais, ou seja, os vestígios da violência sexual, tais como roupas e objetos utilizados no momento da violência sofrida. Não tome banho e não faça higiene até receber o atendimento.

Evite ficar sozinha(o).

Não tome medicamentos sem a indicação médica.

Para preservar as possíveis provas periciais, ou seja, os vestígios da violência sexual não tome banho e não faça higiene até receber o atendimento. Leve consigo as roupas e objetos utilizados no momento da agressão.

 

Não perca tempo! Procure um serviço de saúde!

 

É IMPORTANTE SABER!

A mulher que engravida em decorrência de violência sexual tem o direito à interrupção da gravidez (Aborto Permitido em lei). Nesse caso deve-se procurar a UBS mais próxima para informações e orientações. O Paraná conta com serviços de saúde e equipes de referência especializados para realizar este procedimento.

 

ATENÇÃO!

Quanto mais rápido, a pessoa buscar ajuda após a violência sexual sofrida, ou seja, ir em busca de atendimento nos serviços de saúde, melhor será a efetividade dos exames e tratamento, reduzindo riscos de infecções e gravidez indesejada.

 

IMPORTANTE!

Os serviços de saúde e da rede intersetorial deverão acolher, cuidar e proteger a pessoa em situação de violência, sendo imprescindível que o atendimento seja humanizado, resolutivo e ocorra em tempo oportuno.

A cultura de paz auxilia a promoção de nossa saúde, uma vez que propõe uma prática que envolve além da Não-Violência (rejeição de toda forma de violência), o respeito à vida, a generosidade (agir de forma generosa), ouvir o outro para compreender, preservar o planeta (pois as condições ambientais em que vivemos interferem diretamente em nossa saúde, tanto localmente quanto planetariamente) e a solidariedade (que visa o bem comum, a tolerância, a compreensão).

Então os propósitos da Cultura de Paz combinam com a promoção da nossa saúde em melhorar a qualidade de vida das pessoas, das comunidades e do planeta.

 

Como podemos praticar a paz no nosso dia-a-dia?

Ao tentarmos agir e nos comunicar de forma pacífica. Para isso, é necessário aprendermos como encarar os conflitos sem recorrer à violência ou dominação, tendo respeito mútuo (entre nós e todos os outros) e diálogo permanente.

 

A comunicação não-violenta, segundo Marshall Rosenberg, pode ser realizada seguindo estes passos:

  1. Observando sem julgar: nos dispomos a ouvir com atenção o que as outras pessoas dizem e nos colocamos no lugar dela, sem fazer julgamentos ou críticas. Por exemplo: “Você é irresponsável, nunca coloca o lixo para fora” (comunicação violenta), posso dizer “você esqueceu dois dias de colocar o lixo para fora” (forma não-violenta).
  2. Dar nome ao que está sentindo: falar como você se sente em relação as suas emoções. Por exemplo: Ao se sentir irritado com outra pessoa ou situação, eu posso dizer “Me sinto irritado” (forma não-violenta) e não dizer “Você está me irritando” (forma violenta), pois no segundo exemplo eu acuso o outro. A intenção pode ter sido outra e não a de irritar, como por exemplo avisar algo. Identificar e expressar suas necessidades: reconhecermos nossas necessidades que não estão sendo atendidas e os sentimentos que despertam em nós esta falta. Expressar essa necessidade ao outro, falando, auxilia, pois o outro pode não saber que você está sentindo esta necessidade e emoção. Exemplo: em vez de dizer “estou irritado porque vocês não me ouvem” (forma violenta), falar “estou irritado porque não consigo compartilhar minha opinião e preciso da ajuda de vocês” (forma não-violenta).

  3. Fazer pedidos de forma descomplicada, acessível e objetiva: falar sem fazer insinuações, sem dar a entender, preocupando-se que o outro entenda exatamente o que quer dizer para sanar a necessidade ou excluir os sentimentos negativos. Sem ser vago. Exemplo: “Fiquem quietos” (forma violenta), podemos falar “Por favor, eu gostaria de falar e ser ouvida, preciso que façam silêncio” (forma não-violenta).

 

Se você se interessou e gostaria de saber mais sobre Cultura de Paz e Promoção da Saúde acesse: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Promocao-da-Cultura-de-Paz-e-Acoes-Intersetoriais

 

Fique atento!

Em casos de suspeita ou confirmação de situação de violência contra criança e adolescente, comunique imediatamente o Conselho Tutelar da sua cidade ou acione o Disque Denúncia 181, canal disponível no Paraná 24 horas por dia, por telefone ou pelo portal www.denuncia181.pr.gov.br. As ligações são gratuitas e anônimas.

 

Em casos de suspeita ou confirmação de situação de violência contra a pessoa idosa e com deficiência, comunique às autoridades competentes (delegacias especializadas, Ministério Público, Conselhos de Direitos) da sua cidade ou acione o Disque Denúncia 181, canal disponível no Paraná 24 horas por dia, por telefone ou pelo portal www.denuncia181.pr.gov.br. As ligações são gratuitas e anônimas.

 

Lembre-se!

Você não está sozinho(a), busque ajuda, fale com alguém de sua confiança.

Quem ama cuida, não machuca!

Denuncie e não se cale!

 

  • 190 - Polícia Militar do Paraná (PM), para emergências.
  • 192 – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)

  • 193 - Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE)

  • 197 - Polícia Civil. As delegacias da Polícia Civil mantêm os atendimentos presenciais restritos e limitados, mas a emissão de Boletim de Ocorrência está sendo feita somente para os eventos urgentes e graves, como feminicídio, violência doméstica, violência contra crianças e adolescentes (incluindo o abuso sexual), estupro, sequestro e cárcere privado. Demais informações, número de telefone e endereços estão disponíveis no site: www.policiacivil.pr.gov.br/mulher.

  • 153 - Patrulha Maria da Penha (em alguns municípios do Estado) – para mulheres com Medida Protetiva.

  • Disque Denúncia 181 - Em caso de suspeitas, qualquer cidadão pode fazer uma denúncia pelo Disque Denúncia 181. Os atendentes encaminham as chamadas, de acordo com o caso e a urgência, para o Conselho Tutelar, a Polícia Militar ou outro órgão da rede de proteção. O serviço está disponível em todo o Estado e o denunciante tem sua identidade preservada.

  • 0800 141 0001 - Disque Idoso Paraná, presta informações e orientações sobre os direitos da pessoa idosa, recebe elogios e sugestões sobre serviços públicos e faz encaminhamentos de denúncias referentes à violação de direitos.

  • 0800 644 44 14 - Ouvidoria do SUS no Paraná.

  • Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal, para mulheres ou meninas que sofrerem algum tipo de agressão doméstica, podem denunciar o fato e receber orientações. Vizinhos, conhecidos ou familiares que quiserem denunciar também são orientados por meio da central.

  • Disque 100 - Disque Direitos Humanos é um serviço de proteção de crianças e adolescentes com foco em violência sexual e violações de direitos de toda a população, especialmente dos Grupos Sociais Vulneráveis, como crianças e adolescentes, pessoas em situação de rua, idosos, pessoas com deficiência e população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).

  • 188 - Centro de Valorização da Vida (CVV). Disponíveis também pela internet no site https://www.cvv.org.br.

*Números de contato e endereços poderão sofrer alterações.