Brucelose

A brucelose é uma doença zoonótica, causada por bactérias do gênero Brucella sp.

Pode ser transmitida ao ser humano pelo contato direto (manejo) ou indireto (consumo de alimentos lácteos não pasteurizados) de animais de produção, como bois, vacas, ovelhas, búfalos, porcos, entre outros ou pelo contato com animais de companhia (cães).

 

IMPORTANTE:  Embora a brucelose chame atenção dos sistemas de saúde em todo o mundo por ser uma doença que apresenta importantes impactos, desde o ponto de vista ocupacional, problemas sanitários e até prejuízos econômicos, ela ainda é pouco conhecida, de difícil diagnóstico, subnotificada e negligenciada.

 


 

O que causa?

 

A brucelose é causada por bactérias do gênero Brucella sp. da família Brucellaceae. Possui alta prevalência em ambientes ocupacionais e é citada na lista de doenças relacionadas ao trabalho, segundo a Portaria nº 1.339/1999, do Ministério da Saúde.

A doença, que é responsável por incapacidade para o trabalho ou diminuição do rendimento profissional, atinge principalmente trabalhadores que manejam animais e da cadeia de produção de laticínios, carnes e seus derivados.

Como a bactéria possui múltiplas rotas de infecção, sendo que os mamíferos são os principais hospedeiros naturais, gera um cenário de difícil controle e de real ameaça para a saúde pública, qualidade de vida e sobrevivência de pessoas e animais.

De forma geral, a doença acomete com maior frequência aos trabalhadores rurais (ex: vaqueiros, boiadeiros, vacinadores, tratadores de animais, produtores de carne, leite e queijo), veterinários, trabalhadores de frigorífico (ex. abatedores) e trabalhadores de laboratórios.

 

 


 

Quais são os sintomas?

 

A sintomatologia da brucelose é, muitas vezes inespecífica, portanto, é importante, para a suspeita clínica, obter um histórico detalhado, que inclua dados sobre a história ocupacional, contato com animais, viagens para áreas endêmicas e ingestão de alimentos de risco (alimento lácteos não pasteurizados).

 

Os principais sinais e sintomas nos animais:

  • Inflamação das articulações;
  • Inflamação nos testículos (machos);
  • Aborto recorrente, retenção de placenta e corrimento vaginal (fêmeas).

 

Principais sinais e sintomas nos humanos:

  • Febre, sudorese, dor de cabeça, dores musculares, dores articulares, cansaço, perda de peso, náuseas / vômito, mal estar, calafrios, entre outros.
  • A brucelose pode apresentar formas crônicas quando atinge um ou mais órgãos-alvo, como: neurobrucelose, endocardite, espondilodiscite, orquiepididimite, entre outros.

 

O diagnóstico laboratorial, tratamento e acompanhamento são realizados nos serviços de saúde do SUS no Paraná.

Se você apresentar sinais e sintomas compatíveis e história de exposição direta (contato com animais possivelmente infectados) ou indireta (ingestão de alimentos lácteos não pasteurizados) procure o serviço de saúde mais próximo da sua residência.

 


 

Como é feito o diagnóstico?

 

Devido às características próprias da doença, muitos casos não são identificados em razão de diagnósticos imprecisos. Por isso, muitas vezes, é tratada como outras doenças ou "febre de origem desconhecida". Diante disso, é de extrema importância realizar a investigação epidemiológica e sanitária, para avaliar uma possível vinculação e exposição no ambiente de trabalho do paciente, além do consumo de alimentos lácteos sem tratamento térmico adequado, como a pasteurização e a fervura.

Os testes laboratoriais são necessários para confirmar o diagnóstico, sendo utilizados diversos métodos de análise, como a cultura da bactéria, sorologia e PCR. O exame de sangue, nesse caso, é fundamental.

 

IMPORTANTE:  Se você for profissional que atua em áreas de risco ou suspeita que tenha ingerido algum tipo de alimento contaminado, informe ao médico no momento da consulta para facilitar o diagnóstico.

 


 

Como é feito o tratamento?

 

O tratamento da brucelose é feito com antibióticos. Se a doença não for tratada adequadamente, pode se tornar crônica. Por isso, assim que surgirem os primeiros sintomas é essencial procurar um médico profissional para avaliação detalhada do quadro. 

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento gratuito da brucelose aos estados e seus municípios. Os medicamentos da terapia antibacteriana poderão ser receitados após avaliação médica e confirmação do diagnóstico por exames laboratoriais.

 


 

Como ocorre a transmissão?

 

A brucelose pode ser transmitida aos seres humanos de diversas formas, sendo uma das principais,  pela via alimentar (ingestão de alimentos sólidos ou líquidos contaminados), como:

  • leite não pasteurizado;
  • produtos lácteos contaminados, como queijo e manteiga e sorvetes;
  • carne mal passada ou crua.

 

Brucelose

 

Além da transmissão pela via alimentar, a brucelose pode ser transmitida pelo contato direto ou indireto com animais infectados. Outra forma de transmissão é por via respiratória, com a inalação de bactérias em ambientes contaminados. Pode ocorrer, ainda, a inoculação vacinal acidental do patógeno, pela vacina animal (Brucella abortus cepas B19 e RB51). 

O contato com animais infectados, como gado bovino e bubalino, ovelhas, cabras, porcos, cavalos e cães, entre outros, pode gerar uma situação de exposição, assim como ambientes de trabalho com exposição a material biológico.

Outras formas de transmissão, como sexual, congênita ou a partir de transfusão sanguínea e transplantes de órgãos ou tecidos são raras, mas também podem ocorrer.

 

CUIDADO! Muitas vezes o animal pode estar doente, mas sem apresentar sintomas. mesmo assim, ele pode transmitir a bactéria da Brucelose.

 


 

Gravidez e a Brucelose

 

A infecção por brucelose durante a gravidez é rara, mas pode causar aborto, particularmente, durante o primeiro e o segundo trimestres. Sendo assim, mulheres devem receber tratamento médico imediato e as gestantes devem fazer o pré-natal adequadamente.

 


 

Como prevenir?

 

Não existe vacina efetiva. Entre outras medidas, a prevenção da brucelose humana pode ocorrer com o controle ou eliminação da doença na população animal hospedeira. Diariamente, deve-se evitar o contato direto ou indireto com animais doentes ou potencialmente contaminados e seus produtos derivados. Outras medidas importantes para evitar a doença são:

  • Consumir apenas leite fervido ou pasteurizado.
  • Consumir derivados de leite preparados com leite fervido ou pasteurizado.
  • Consumir carne, vísceras e derivados de carne sempre bem cozidas.
  • Manter uma boa higiene e desinfecção dos locais de produção animal e de produtos derivados (galpões onde os animais são ordenhados, piquetes, locais onde ocorrem partos ou permanece o animal prenhe ou em tratamento sanitário, frigoríficos, açougues, matadouros e outras áreas potencialmente contaminadas pela circulação de gado).
  • Estas medidas devem estar em consonância com o que é preconizado pela legislação específica, ou seja, o Regulamento de Inspeção Industrial de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) e o Manual de Legislação de Saúde Animal, ambos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
  • Utilizar corretamente os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) determinados para cada atividade laboral específica (durante o manejo de animais, vacinação ou manipulação de elementos passíveis de conter as bactérias causadoras da brucelose).
  • Seguir as normas de biossegurança.
  • Fazer o pré-natal adequadamente, no caso das gestantes.
  • Não alimentar cães e outros animais com produtos de origem animal crus (cárneos e outros).

 

IMPORTANTE:  O tratamento térmico adequado da carne e dos produtos lácteos é muito importante para a prevenção eficaz da brucelose em humanos. Manter uma boa higiene e desinfecção dos locais de produção animal e de produtos derivados também é fundamental para prevenir a doença.

 


 

Links

 

 


 

Contato

 

Telefone: (41) 3330-4470

E-mail: brucelose@sesa.pr.gov.br