Coqueluche

 

 
 Perfil epidemiológico dos casos confirmados

27/11/2024


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19/11/2024


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13/11/2024


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06/11/2024


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30/10/2024


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23/10/2024


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16/10/2024


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09/10/2024


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02/10/2024


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25/09/2024


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18/09/2024


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11/09/2024


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04/09/2024


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28/08/2024


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21/08/2024


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14/08/2024


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07/08/2024


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31/07/2024


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Coqueluche - CID10: A37

Doenças Infecciosas e Parasitárias

A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria. Está presente em todo o mundo. Sua principal característica são crises de tosse seca. Pode atingir, também, tranqueia e brônquios.

Crianças menores de seis meses podem apresentar complicações da coqueluche que, se não tratada corretamente, pode levar à morte.


Quais são os fatores de risco?

Os principais fatores de risco para coqueluche têm relação direta com a falta de vacinação.

  • Nas crianças a imunidade à doença é adquirida quando elas tomam as três doses da vacina, sendo necessária a realização dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
  • Pode ser que o adulto, mesmo tendo sido vacinado quando bebê, fique suscetível novamente à doença porque a vacina pode perder o efeito com o passar do tempo.

Como é transmitida?

A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar.

Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes. Isso é pouco frequente, porque é difícil o agente causador da doença sobreviver fora do corpo humano, mas não é impossível.

O período de incubação do bacilo, ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer desde o momento da infecção, é de, em média, 5 a 10 dias podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias. 


Quais são os sintomas?

Os sintomas da coqueluche podem se manifestar em três níveis. No primeiro nível, o mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado.

  • Mal-estar geral
  • Corrimento nasal
  • Tosse seca
  • Febre baixa

 

Esses sintomas iniciais podem durar até semanas, época em que a pessoa também está mais suscetível a transmitir a doença.

 

No estágio intermediário da coqueluche, a tosse seca piora e outros sinais aparecem.

  • Tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada
  • A tosse pode ser tão intensa que pode comprometer a respiração
  • A crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo

 

Nessa fase, os sintomas são mais severos e, dependendo do tratamento, podem durar até mais de um mês.

 

É normal que adultos e adolescentes tenham sintomas mais leves da coqueluche em relação às crianças mais novas. A gravidade da doença também está diretamente relacionada à falta de imunidade e à idade.

Geralmente, os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso.


Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, uma vez que os sintomas podem parecer como resfriado ou até mesmo outras doenças respiratórias.

A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico o médico pode pedir os seguintes exames:

  • Coleta de material de nasofaringe para cultura
  • PCR em tempo real

Como exames complementares, podem ser realizados hemograma e raio-x de tórax.

 
Diagnóstico diferencial

Deve ser feito com as infecções respiratórias agudas, como traqueobronquites, bronquiolites, adenoviroses, laringites, entre outras. Outros agentes também podem causar a síndrome coqueluchóide, dificultando o diagnóstico diferencial, entre os quais Bordetella  parapertussis, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia trachomatis, Chlamydia pneumoniae e Adenovírus (1, 2, 3 e 5). A Bordetella bronchiseptica e a Bordetella avium são patógenos de animais que raramente acometem o homem (exceto quanto imunodeprimidos).

 
Diagnóstico laboratorial

Realizado mediante o isolamento da B. pertussis pela cultura de material colhido de nasorofaringe, com técnica adequada ou pela técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) em tempo real. A coleta do espécime clínico deve ser realizada antes do início da antibioticoterapia ou, no máximo, até 03 dias após seu início.


Como é feito o tratamento?

O tratamento da coqueluche é feito basicamente com antibióticos, que devem ser prescritos por um médico especialista, conforme cada caso. É importante procurar uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas.

As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche, frequentemente ficam internadas, tendo em vista que os sintomas nelas são mais severos e podem provocar a morte. 


Quais complicações a coqueluche pode provocar?

A maioria das pessoas consegue se recuperar da coqueluche sem sequelas e maiores complicações. No entanto, nas formas mais graves podem ocorrer alguns quadros mais severos, como Hérnias Abdominais.

Em crianças, especialmente as menores de seis meses, as complicações são mais graves e podem incluir, por exemplo:

  • Infecções de ouvido
  • Pneumonia
  • Parada respiratória
  • Desidratação
  • Convulsão
  • Lesão cerebral
  • Morte

Como prevenir?

A vacinação é o principal meio de prevenção da coqueluche. Crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias devem ser vacinadas contra a coqueluche. O Sistema Único de Saúde (SUS) também oferta vacina específica para gestantes e profissionais de saúde que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal, atendendo recém-nascidos e crianças menores de um ano de idade.

 

Confira o esquema de proteção no Calendário de Vacinação.

 

A coqueluche é uma doença endêmica, com epidemias surgindo ciclicamente a intervalos de três a cinco anos. A suscetibilidade à doença é geral.

O indivíduo torna-se imune em duas situações:

  • ao adquirir a doença (a imunidade duradoura, mas não é permanente);
  • pela vacina, mínimo de 3 doses com a pentavalente (DTP+Hib+Hepatite B) um reforço aos 15 meses de idade, e um segundo reforço aos 4 anos de idade com a tríplice bacteriana (DTP).

Gestantes devem fazer uma dose da vacina do tipo adulto (dTpa) a partir da 20ª semana a cada gestação. A imunidade não é permanente, após 5 a 10 anos, em média, da última dose da vacina, a proteção pode ser pouca ou inexistente.


Características  epidemiológicas

Doença de distribuição universal. A incidência independe da raça, clima e situação geográfica. Em populações aglomeradas, ocorre com maior frequência no final do inverno e início da primavera. A letalidade é mais acentuada entre os lactentes (concentra mais de 50% dos óbitos).


 
Vigilância epidemiológica
 
Objetivo

Conhecer os casos visando adotar medidas de controle através do uso de vacinas.

 
Notificação

É doença de notificação compulsória.

 
Definição de caso
  • Suspeito - todo indivíduo que apresenta tosse seca com duração de 14 dias ou mais, e que tem história de contato com paciente de coqueluche;
  • Confirmado - caso suspeito acrescido de um ou mais dos seguintes fatores: isolamento de Bordetella pertusis ; leucograma sugestivo (leucocitose com linfocitose); tosse paroxística seguida de vômito.
 
Medidas de controle

A vacinação é a medida mais eficaz e adequada de prevenção e controle da população infantil, com eficácia de 80%. Inicia-se a vacinação a partir de 2 meses até 6 anos de idade.

  • Esquema básico: três doses (com intervalo de 4 a oito semanas). Reforço com a vacina tríplice (DPT): 1° reforço aos 15 meses após a terceira dose e o segundo entre 4 e 6 anos de idade.
  • Vacinação de bloqueio: na ocorrência de um surto, deve-se vacinar todos os contatos não vacinados, inadequadamente vacinados ou com estado vacinal desconhecido (suscetíveis). O esquema deve ser adequado ao estado vacinal de cada indivíduo. A vacina utilizada no país é a Tetravalente: (consiste na combinação DPT, proteção contra Difteria, Tétano, Coqueluche e Hib, proteção contra Haemophilus influenzae Tipo B). Contraindicações: Criança com 7 anos e mais, criança com doença neurológica ativa; reação anafilática após a vacinação; história de hipersensibilidade aos componentes da vacina; convulsões até 72 horas após o uso da vacina; encefalopatia nos primeiros sete dias, após o uso da vacina; convulsão até 72 horas após o uso da vacina; colapso circulatório com choque ou com episódio hipotônico-hiporresponsivo até 48 horas após o uso da vacina.
  • Controle de comunicantes: a taxa de ataque secundário de crianças suscetíveis expostas é elevada (90%). Assim, as que estão com o esquema de vacinação incompleto devem ser observadas cuidadosamente quanto a sintomas respiratórios, durante 14 dias (o período máximo de incubação) a partir do contato. As crianças já vacinadas, menores de seis anos, que não receberam o reforço após um ano da última dose do esquema básico, deverão recebê-lo o mais breve possível após a exposição.
  • Quimioprofilaxia: com eritromicina nos contatos menores de 6 anos (40mg/Kg/dia), durante 10 dias.
  • Isolamento e desinfecção concorrente e terminal: é recomendada a desinfecção concorrente e terminal dos objetos contaminados com as secreções nasofaríngeas, bem como isolamento dos casos visando reduzir o risco para outras crianças.

FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE