Diabetes (diabetes mellitus)
O que é?
Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade e/ou falta de insulina exercer adequadamente seus efeitos, caracterizando altas taxa de açúcar no sangue ( hiperglicemia) de forma permanente. A insulina é produzida pelo pâncreas, sendo responsável pela manutenção do metabolismo (quebra da glicose) para permitir que tenhamos energia para manter o organismo em funcionamento.
Quais os tipos mais comuns de diabetes?
O diabetes mellitus pode se apresentar de diversas formas e possui diversos tipos diferentes. Independente do tipo de diabetes, com aparecimento de qualquer sintoma é fundamental que o paciente procure com urgência o atendimento médico especializado para dar início ao tratamento.
O que é diabetes tipo 1?
Em 5 a 10% dos casos de diabetes, correspondem ao tipo 1, no qual o sistema imunológico atacam as células que produzem a insulina. Assim, não há produção suficiente para fazer com que a glicose entre nas células, permanecendo na corrente sanguínea, ocasionando aumento nas taxas de glicemia.
O que é diabetes tipo 2?
Costuma ser assintomática, e as manifestações ocorrem geralmente na idade adulta (após os 40 anos) com evolução lenta dos sintomas e possibilidade de complicações tardias (renais, oftalmológicas e neuropáticas). Ocorre principalmente em pessoas com excesso de peso, comportamento sedentário, hábitos alimentares não saudáveis e história familiar de diabetes.
O que é o pré-diabetes?
Pré-diabetes é quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não caracterizam o Diabetes Tipo 2. É um sinal de alerta do corpo, que normalmente aparece em pessoas com fatores de risco, como sobrepeso, obesidade, hipertensão e alterações nos lipídios. Nesta etapa, apesar de 50% dos usuários desenvolverem a doença, os outros 50%, por meio de incorporação de hábitos saudáveis na alimentação e prática de atividade física, poderão retardar a evolução e complicações do diabetes.
Quais os sintomas do diabetes?
Sintomas do diabetes tipo 1:
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
- Perda de peso;
- Fraqueza;
- Fadiga;
- Mudanças de humor;
- Náusea e vômito.
Sintomas do diabetes tipo 2:
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Formigamento nos pés e mãos;
- Vontade de urinar diversas vezes;
- Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele;
- Feridas que demoram para cicatrizar;
- Visão embaçada.
Como prevenir?
A melhor forma de prevenir o diabetes tipo 2 e diversas outras doenças é a incorporação de hábitos saudáveis. O incentivo para uma alimentação saudável, balanceada e a prática de atividades físicas devem ser uma prioridade. O Ministério da Saúde adotou internacionalmente metas para frear o crescimento do excesso de peso e obesidade no país.
“Guia de Atividade Física para a População Brasileira”
O Guia Alimentar (MS, 2014) e o Guia de Atividade Física (MS, 2021), ambos para a População Brasileira, são importantes referenciais para abordagem integral da promoção à nutrição adequada, por meio de alimentos in natura ou minimamente processados, bem como a realização de atividade física, conforme a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Tire suas dúvidas sobre a alimentação para pessoas com diabetes
Quais fatores de risco para desenvolver o diabetes?
- Diagnóstico de pré-diabetes;
- Pressão alta;
- Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;
- Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura, mulheres deve ser inferior a 80cm, e homens inferior a 102cm;
- Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes;
- Doenças renais crônicas;
- Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg;
- Diabetes gestacional;
- Síndrome de ovários policísticos;
- Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos - esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar;
- Apneia do sono;
- Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides.
Qual o tratamento para o diabetes do tipo 1?
Os pacientes que apresentam diabetes do Tipo 1 precisam de injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores considerados normais. Para essa medição, é aconselhável ter em casa um aparelho, chamado glicosímetro, que será capaz de medir a concentração exata de glicose no sangue.
Insulinoterapia
As pessoas com diabetes Tipo1 fazem sempre tratamento com insulina – insulinoterapia. A insulinoterapia consiste na administração de insulina por via subcutânea (por baixo da pele). Não existem comprimidos de insulina pois não é possível absorvê-la uma vez que os ácidos do estômago a destroem.
Qual o tratamento para o diabetes do tipo 2?
Já para os usuários que apresentam diabetes Tipo 2, poderão ser utilizados os seguintes medicamentos, conforme cada caso:
- Inibidores da alfaglicosidase: impedem a digestão e absorção de carboidratos no intestino;
- Sulfonilureias: estimulam a produção pancreática de insulina pelas células;
- Glinidas: agem também estimulando a produção de insulina pelo pâncreas.
O Diabetes Tipo 2 pode estar acompanhado de outros problemas de saúde, como obesidade, sobrepeso, sedentarismo, triglicerídios elevados e pressão alta. Por isso, é essencial manter acompanhamento com a equipe de saúde, para tratar e prevenir as complicações do diabetes.
No quadro abaixo, os medicamentos padronizados e disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS):
Classe | Droga | Via Administração |
Primeira Escolha | ||
Biguanidas | Cloridrato de Metformina | oral |
Cloridrato de Metformina - XR liberação prolongada | oral | |
Indicadas com Associação | ||
Sulfonilureias | Glibenclamida | oral |
Gliclazida de liberação prolongada | oral | |
Inibidores SGLT2 | Dapagliflozina | oral |
Insulinas | NPH | subcutânea |
Regular | subcutânea |
Visando a comodidade na aplicação, facilidade de transporte, armazenamento e maior assertividade no ajuste da dosagem, encontra-se disponível a caneta para a aplicação da insulina. Também, a Insulina análoga de ação rápida, que são semelhantes às insulinas humanas, porém com pequenas alterações nas moléculas, que foram feitas para modificar a maneira como as insulinas agem no organismo humano, especialmente em relação ao tempo para início de ação e duração do efeito. Para os que já têm diagnóstico de diabetes, o (SUS) oferta gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde, atenção integral e gratuita, desenvolvendo ações de prevenção, detecção, controle e tratamento medicamentoso, inclusive com insulinas.
Para monitoramento do índice glicêmico, também estão disponíveis, as fitas reagentes e as seringas para aplicação. O programa, Aqui Tem Farmácia Popular, parceria do Ministério da Saúde com mais de 34 mil farmácias privadas em todo o país, também distribui medicamentos gratuitos, entre eles o cloridrato de metformina de ação prolongada, glibenclamida e insulinas.
O que é Hipoglicemia?
A hipoglicemia é literalmente nível muito baixo de glicose no sangue e é comum em pessoas com diabetes. Para evitar a hipoglicemia, além das complicações do diabetes, o segredo é manter os níveis de glicose dentro da meta estabelecida pelo profissional da saúde para cada paciente. Essa meta varia de acordo com a idade, condições gerais de saúde e outros fatores de risco, além de situações como a gravidez.
Durante o tratamento, é essencial manter hábitos saudáveis e estilo de vida ativo, além de seguir as orientações medicamentosas recomendadas pelo profissional de saúde para manter a meta de glicose, evitando a hipoglicemia e a hiperglicemia.
O que pode causar hipoglicemia em pacientes diabéticos
- Aumentar quantidade de exerícios físicos sem orientação ou sem ajuste correspondente na alimentação/medicação;
- Pular refeições e os horários de refeições;
- Comer menos do que o necessário;
- Exagerar na medicação (essa conduta não traz controle melhor do diabetes, pelo contrário);
- Ingestação de álcool.
Em situações extremas, a hipoglicemia pode causar desmaios ou crises convulsivas e necessitam de intervenção médicas imediata.
Sintomas da hipoglicemia:
- Tremedeira;
- Nervosismo e ansiedade;
- Suores e calafrios;
- Irritabilidade e impaciência;
- Confusão mental e até delírio;
- Taquicardia, coração batendo mais rápido que o normal;
- Tontura ou vertigem;
- Fome e náusea;
- Sonolência;
- Visão embaçada;
- Sensação de formigamento ou dormência nos lábios e na língua;
- Dor de cabeça;
- Fraqueza e fadiga;
- Raiva ou tristeza;
- Falta de coordenação motora;
- Convulsões;
- Inconsciência.
.Hiperglicemia
- Urinar em grande quantidade e mais vezes;
- Ter sede constante e intensa;
- Sensação de boca seca;
- Fome constante e difícil de saciar;
- Cansaço;
- Visão turva
Neuropatia Diabética
Os nervos periféricos carregam as informações que saem do cérebro e as que chegam até ele, além de sinais da medula espinhal para o resto do corpo. Os danos a esses nervos, condição chamada de neuropatia periférica, fazem com que esse mecanismo não funciona bem. A neuropatia pode afetar um único nervo, um grupo de nervos ou nervos no corpo inteiro.
A neuropatia costuma vir acompanhada da diminuição da energia, da mobilidade, da satisfação com a vida e do envolvimento com as atividades sociais. Tanto as alterações nos vasos sanguíneos quanto as alterações no metabolismo podem causar danos aos nervos periféricos. A glicemia alta reduz a capacidade de eliminar radicais livres e compromete o metabolismo de várias células, principalmente as dos neurônios.
Cuidado com os pés
Pessoas com diabetes podem apresentar feridas com difícil cicatrização devido aos níveis elevados de açúcar no sangue e/ou circulação sanguínea deficiente. É uma das complicações mais comuns do diabetes mal controlado.
Problemas arteriais e amputações
A doença arterial periférica, que reduz o fluxo de sangue para os pés, ocasiona a redução da sensibilidade devido aos danos que a falta de controle da glicose causa aos nervos. Essas duas condições fazem com que seja mais fácil sofrer com úlceras e infecções, que podem levar à amputação.
No entanto, a maioria das amputações são evitáveis com:
- Cuidados regulares de examinar diariamente os pés, principalmente entre os dedos;
- Utilizar calçados adequados;
- Evitar andar descalço;
- Inspecionar e palpar o interior dos sapatos;
- Usar cremes e hidratantes, exceto entre os dedos;
- Não cortar calos ou verrugas, não tirar cutículas ou cantos das unhas;
- Lavar diariamente os pés, secando-os , especialmente entre os dedos.
Problemas nos olhos
Se você gerencia bem a taxa de glicemia, é bem provável que apresente problemas oculares de menor gravidade ou nem apresente. Isso porque quem tem diabetes está mais sujeito à cegueira, se não tratá-la corretamente. Fazendo exames regularmente e entendendo como funcionam os olhos, fica mais fácil manter essas complicações sob controle. Uma parte da retina é especializada em diferenciar detalhes finos. Essa pequena área é chamada mácula, que é irrigada por vasos sanguíneos para garantir seu funcionamento. Essas estruturas podem ser alvo de algumas complicações da diabetes:
- Glaucoma;
- Catarata;
- Retinopatia diabética.
Pele mais sensível
Muitas vezes, a pele dá os primeiros sinais de que você pode estar com diabetes. Ao mesmo tempo, as complicações associadas podem ser facilmente prevenidas. Quem tem diabetes tem mais chance de ter pele seca, coceira e infecções por fungos e/ou bactérias, uma vez que a hiperglicemia favorece a desidratação – a glicose em excesso rouba água do corpo.
Alteração de humor, ansiedade e depressão
Ao receber o diagnóstico de diabetes, muitas pessoas apresentam várias reações emocionais, como choque, negação, medo, raiva, tristeza e ansiedade. Isso é absolutamente normal. O mental e o emocional podem ser afetados com o diagnóstico de alguma doença crônica, como o diabetes.
Ansiedade
Muitas pessoas com diabetes apresentam distúrbios de ansiedade. A má interpretação de alguns sintomas de hipoglicemia como sendo ansiedade pode prejudicar a rápida correção exigida pelas baixas taxas de glicemia.
Depressão
A depressão ocorre duas vezes mais em pessoas com diabetes do que na população em geral. Ocorre em aproximadamente 20% das pessoas com diabetes tanto no tipo 1 quanto no tipo 2, sendo a taxa de depressão maior nas mulheres. Entretanto, a causa ainda é desconhecida. Provavelmente é o resultado da interação entre fatores psicológicos, físicos e genéticos. A contribuição de cada um desses fatores para a depressão varia para cada indivíduo.
As restrições alimentares, o tratamento, as hospitalizações e o aumento nas despesas podem ser estressantes para a pessoa com diabetes. bem como lidar com as complicações, podem contribuir para a depressão.
Problemas sexuais
Os problemas sexuais são muito comuns e tomam uma maior dimensão, influenciados por uma imagem exagerada vendida pela mídia. Hoje, já há uma série de soluções para vários desses problemas, mas é preciso haver um diálogo franco com o médico. A saúde sexual também está diretamente relacionada às complicações do diabetes. Alguns problemas comuns são: disfunção erétil e problemas de ejaculação A disfunção sexual do diabetes também pode afetar as mulheres. Altas taxas de glicose, lesões nos nervos, depressão e propensão a infecções genitais são alguns dos fatores que podem afetar a vida sexual da mulher com diabetes
No diabetes, algumas complicações são críticas e podem levar à morte. Manter hábitos e estilos de vida saudáveis são a melhor forma de controlar e prevenir complicações da doença.
Materiais de apoio
FONTE: SESA e MINISTÉRIO DA SAÚDE