Infecções Congênitas (STORCH+Z)
Até 2015, os patógenos mais frequentemente relacionados às infecções uterinas com potencial risco ao feto eram a bactéria Treponema pallidum que causa a sífilis (S), o protozoário Toxoplasma gondii que causa a toxoplasmose (TO) e o vírus da rubéola (R), citomegalovírus (C), vírus herpes simplex (H), compondo o acrônimo STORCH. Este foi ampliado para STORCH+Z, com a epidemia do vírus Zika no Brasil.
Quando a gestante é infectada por um dos agentes relacionados à STORCH+Z poderá ocorrer transmissão para o feto e resultar em aborto espontâneo, óbito fetal ou anomalias congênitas, principalmente alterações do Sistema Nervoso Central (SNC).
A suspeita precoce, notificação adequada e registro oportuno de casos suspeitos de infecções congênitas são fundamentais para desencadear o processo de investigação, bem como subsidiar as ações de atenção integral à saúde da gestante e da criança.
Medidas de prevenção e controle
- Garantir o atendimento precoce e adequado de gestantes em serviços de assistência pré-natal;
- Assegurar triagem sorológica (sífilis, toxoplasmose e HIV) na gestação e no parto;
- Encorajar modificações no comportamento de risco da mulher e uso de preservativos;
- Não consumir bebida alcoólica ou qualquer tipo de droga;
- Não utilizar medicamentos, principalmente controlados (antidepressivos, anticonvulsivantes e ansiolíticos) sem a orientação médica;
- Evitar contatos com pessoas com febre, rash cutâneo ou infecções;
- Se houver qualquer alteração no estado de saúde da gestante, principalmente até o 4º mês de gestação, comunicar ao profissional de saúde para as devidas providências;
- Adotar ações que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças (Aedes aegypti), eliminando os criadouros (retirada de recipientes que tenham água parada e cobertura adequada de locais de armazenamento de água);
- Empregar medidas de proteção contra mosquitos com manutenção de portas e janelas fechadas ou utilizar redes de proteção, usar calça comprida e camisa de manga longa e utilizar repelentes indicados para gestantes (ex. Icaridina exposis, DEET adulto 15% e IR3535).
Recomendação para profissionais de saúde
Todos os casos suspeitos ou confirmados de Sífilis, Toxoplasmose e Zika deverão ser notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Os casos e óbitos suspeitos de infecção congênita por STORCH+Z, conforme os critérios da Nota Técnica nº 16 de 2021 deverão ser notificados no formulário eletrônico do Registro de Eventos de Saúde Pública (RESP), disponível no endereço: www.resp.saude.gov.br e o formulário de Triagem de Gestantes expostas à STORCH+Z ou Feto/RN com microcefalia/alteração do SNC deverá ser devidamente preenchido e encaminhado para a SCAPS da Regional de Saúde, e a mesma deve encaminhar para a Divisão de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente e Divisão de Atenção à Saúde da Mulher.
Todo o processo de investigação e acompanhamento dos casos está contido na Nota Técnica nº 16 de 2021. A investigação laboratorial é de responsabilidade municipal. O Laboratório Central do Estado (Lacen/PR) receberá as amostras em casos de divergências ou confirmatórios, seguindo os fluxos de cada doença conforme o Manual de Coleta e Envio de Amostras Biológicas, disponível em: www.lacen.saude.pr.gov.br.
Conheça as orientações para as equipes de saúde sobre microcefalia
Nota Técnica
- NOTA TÉCNICA Nº 16/2021 DAV/SESA - Orientações Integradas de Vigilância e Atenção à Saúde relacionadas à Notificação de Microcefalia no RESP
- ANEXO A - INSTRUMENTO DE MONITORAMENTO DE CRIANÇAS COM MICROCEFALIA E/OU OUTRAS ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
- ANEXO B - RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO ESTIMULAÇÃO PRECOCE
- ANEXO C - LAUDO MÉDICO CIRCUNSTANCIADO (LMC)
Materiais e Links
- Orientações integradas de vigilância e atenção à saúde no âmbito da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional
- Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais – MS, 2018
- Protocolo de notificação e investigação: Toxoplasmose gestacional e congênita – MS, 2018