Tétano neonatal
Tétano Neonatal - CID10: A33
Doenças Infecciosas e Parasitárias
É uma doença infecciosa aguda, grave, não transmissível e imunoprevenível. Acomete recém-nascidos com maior freqüência na primeira semana de vida (60%) e nos primeiros quinze dias de vida (90%). Os casos de tétano neonatal (TNN), em geral, estão associados a problemas de acesso a serviços de saúde de qualidade.
Mal de 7 dias, tétano umbilical,
Clostridium tetani, bacilo gram positivo, anaeróbico e esporulado, produtor de várias toxinas, sendo a tetanopasmina a responsável pelo quadro de contratura muscular.
O bacilo é encontrado no trato intestinal dos animais, especialmente do homem e do cavalo. Os esporos encontram-se no solo contaminado por fezes, na pele, poeira, entre outros.
Contaminação durante a secção do cordão umbilical ou ao cuidar do coto umbilical em virtude do uso de substâncias e instrumentos contendo esporos do bacilo e/ou pela própria falta de higiene nos cuidados do recém-nascido.
Aproximadamente 7 dias, podendo ser de 2 a 28 dias de vida.
Não é doença contagiosa. Portanto, não é transmitida de pessoa a pessoa.
Disfunção respiratória, infecções secundárias, disautonomia, taquicardia, crise de hipertensão arterial, parada cardíaca, miocardite tóxica, embolia pulmonar, hemorragias, fraturas de vértebras, dentre outras.
Eminentemente clínico-epidemiológico, não depende de confirmação laboratorial.
Septicemia, meningites, hipoparatireoidismo, hipocalcemia, hipoglicemia, alcalose, intoxicação por estricnina, encefalite, peritonites, distúrbios metabólicos transitório, lesão intracraniana secundária ao parto.
O tétano neonatal é uma doença praticamente eliminada nos países desenvolvidos, mas ainda permanece como importante problema de saúde pública nos países subdesenvolvidos, principalmente no continente africano e sudeste asiático onde se concentram cerca de 74% dos casos. Nos últimos anos a letalidade no Brasil tem estado em torno de 60%. Desde 1989, após resolução da Organização Mundial da Saúde - OMS para eliminação do tétano neonatal no mundo (menos de 1 caso/ 1.000 Nascidos Vivos), o Brasil elaborou e implantou o Plano Nacional de Eliminação, tendo por estratégias principais a vacinação de 100% das mulheres em idade fértil, de 15 a 49 anos, que moram em áreas de risco, melhora da cobertura e qualidade do pré-natal, parto e puerpério e o cadastramento e capacitação das parteiras curiosas atuantes em locais de difícil acesso visando eliminar a ocorrência dessa doença.
Eliminar a doença no país.
Doença de notificação e investigação obrigatórias.
- Suspeito - todo recém-nascido que nasceu bem, sugou normalmente nas primeiras horas e que entre o 2º e o 28º dias após o nascimento, apresenta dificuldade de mamar, independente do estado vacinal da mãe, do local e das condições do parto. Considera-se também suspeito todos os óbitos nessa mesma faixa etária com as mesmas características com diagnóstico indefinido ou ignorado.
- Confirmado - todo recém-nascido que nasceu bem, sugou bem nas primeiras horas e a partir do 2º ao 28º dia de vida deixa de mamar e apresenta dois ou mais dos seguintes sinais/sintomas: trismo, contratura dos músculos da mímica facial, olhos cerrados, pele da fronte pregueada, lábios contraídos, hiperflexão dos membros superiores junto ao tórax, hiperextensão dos membros inferiores, crises de contraturas musculares, com inflamação ou não do coto umbilical.
- Descartado - todo caso suspeito, que após a investigação não preencher os critérios de confirmação de caso.
Sistematicamente deve-se realizar a busca ativa, particularmente em áreas consideradas de risco, silenciosa, onde há rumores, onde a notificação é inconsistente e irregular ou que não tem notificado caso. Atividades de busca ativa devem incluir revisão de prontuários de hospitais e clínicas, registros de igrejas, cemitérios e cartórios, conversas com pediatras, ginecologistas, obstetras, enfermeiros, parteiras e líderes comunitários.
Encaminhar a mãe para vacinação; divulgar a ocorrência do caso aos gestores, aos profissionais de saúde (avaliar as falhas que favoreceram a manifestação da doença, após corrigi-las) e líderes comunitários e envolvê-los na vigilância e prevenção permanente da doença; promover vacinação em MIF esquema completo; cadastramento e treinamento de parteiras; fazer busca ativa de possíveis outros casos investigando todos os óbitos ocorridos em menores de 28 dias de vida, sem diagnóstico definido.
A assistência adequada durante o pré-natal, que inclui a vacinação das gestantes, o atendimento higiênico ao parto e ao coto umbilical são medidas fundamentais na profilaxia do Tétano Neonatal.
- Vacinação - a primeira medida de importância do tétano neonatal é a vacinação das MIF e especialmente as gestantes, pois os anticorpos contra a toxina tetânica atravessam a barreira placentária protegendo passivamente o recém nascido contra o tétano. A vacina utilizada no país é a dupla adulto (dT), contra a difteria e tétano, com a eficácia de 100% (Conforme o esquema do quadro III- Vacinação de Mulheres em idade Fértil) As contra-indicações especificas é a reação anafilática á dose anterior. Os eventos adversos: Dor, enduração, rubor e abscesso local; febre raramente; Síndrome de Guillain Barré; anafilaxia e neuropatia periférica. É essencial a vacinação de 100% das mulheres em idade fértil (gestantes e não gestantes não vacinadas); intensificar as ações de vigilância epidemiológica; melhorar a qualidade do pré-natal, parto e puerpério, cadastrar e treinar parteiras em atividades onde a população tem dificuldade de acesso aos serviços de saúde e divulgar, junto à população em geral, sobre a prevenção do tétano neonatal
- Assistência ao parto - atendimento higiênico ao parto é medida fundamental na profilaxia do tétano. O material utilizado incluindo instrumentos cortantes, fios e outros, devem ser estéreis para o cuidado do cordão umbilical e do coto. Tal medida será conseguida com atendimento médico adequado, ensinamento de práticas de higiene às parteiras e educação em saúde. As mães e os responsáveis em todas as oportunidades devem ser orientados com relação aos cuidados com os recém-nascidos e o tratamento higiênico do coto umbilical. É importante enfatizar que a consulta do puerpério se constitui em oportunidade para orientações sobre a atualização e rotina do calendário vacinal tanto da mãe quanto da criança.