Os secretários de Estado da Saúde, Beto Preto, e da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, participaram de uma reunião on-line nesta terça-feira (16) com representantes do setor de agropecuária para debater ações de enfrentamento relacionados aos funcionários de frigoríficos. No Paraná são mais de 300 frigoríficos cadastrados no Centro Estadual de Saúde do Trabalhador (Cest) da Sesa que empregam cerca de cem mil pessoas em todo o Estado.

Pela característica da atividade, ambiente resfriado e confinamento, as associações, cooperativas tomaram inciativas para atuar frente aos surtos de Covid-19. O secretário Beto Preto reforçou que a atuação em parceria e de forma transparente é o ideal para minimizar os casos de confirmações e óbitos pela Covid-19.

“Soubemos, acompanhamos, visitamos e atuamos junto com as empresas nessas situações. Queremos agir rápido e de forma a poupar vidas, poupar a saúde das pessoas que atuam nos frigoríficos, assim como os seus familiares.”

Durante as duas horas de reunião, o secretário Beto Preto apresentou o relatório de ações realizadas pelo Cest e respondeu perguntas dos participantes. O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento Norberto Ortigara parabenizou o trabalho em conjunto e enalteceu o apoio das lideranças do agronegócio paranaense.

Ortigara destacou a intenção de realizar novas reuniões para acompanhar a atividade neste momento de pandemia. “A reunião foi importante para termos um entendimento comum sobre ações necessárias para proteção e atenção à vida dos trabalhadores. Conhecemos as recomendações de protocolos adequados, e precisamos evitar a interrupção dessa atividade essencial, visto que essas cadeias envolvem milhões de animais”, diz.

O presidente da Ocepar, José Roberto Ricken, reforçou que o setor de alimentação, especialmente de abatedouros, tomou medidas preventivas para a contenção da transmissão do novo coronavírus. “Desde o início reduzimos a produção em 20% para poder manter que os trabalhadores mantivessem distanciamento uns dos outros, cumprimos todas as normas de equipamentos de proteção individual e nossa área de saúde ocupacional está atuante. ”

Ricken destacou o que as empresas ligadas ao setor têm feito. “Conseguimos detectar precocemente funcionários e parentes de trabalhadores infectados com o novo coronavírus. Afastamos do trabalho de maneira preventiva e rastreamos a rede de transmissibilidade. ”

ATUAÇÃO – Uma situação que retomada durante o encontro ocorreu em Itapejara d’Oeste. Um frigorífico de aves identificou casos e acionou a Regional de Saúde de Pato Branco (RS). O representante da empresa Vibra, Gerson Dalcin, engrandeceu o trabalho da regional e da Sesa nas orientações medidas a serem tomadas. “É preciso agradecer e reconhecer o trabalho que a Regional de Pato Branco realizou. Assim que os acionamos, pudemos contar com as orientações e auxílio no tratamento de casos suspeitos, confirmados e na elaboração do nosso plano de contingência para ações posteriores”, afirmou.

O Centro Estadual de Saúde do Trabalhador inspecionou 42 empresas do setor com mais de 500 funcionários, identificando fluxos de risco e mapeando a situação epidemiológica. Orientou e auxiliou os 301 frigoríficos a produzirem os planos de contingência e monitora todas as ocorrências notificadas.

Até o dia 9 de junho, o Cest havia registrado 567 trabalhadores com diagnóstico positivo para Covid-19, dois óbitos (1 trabalhador e 1 contato) e mais 17 casos confirmados que são contatos de empregados das empresas. Todas as situações são monitoradas pela Secretaria de Saúde.

Além da ação do Centro de Saúde do Trabalhador, a Sesa publicou a Nota Orientativa nº 31 com Recomendações para a indústria de abate e processamento de carnes (frigoríficos) para o enfrentamento à pandemia da Covid-19 e debateu questões relacionadas diretamente ao setor em reuniões do Centro de Operações em Emergências da Sesa (COE).

NOVAS AÇÕES - A sugestão do secretário da saúde foi para que as empresas realizem um mapeamento epidemiológico completo, incluindo a logística de funcionários, familiares, produtos e insumos para seguir com a atividade sem restrições.

O secretário comentou também sobre a competência da Sesa. “Esse não é um momento de encontrar culpados, de apontar quem está errando. Queremos alinhar, ajustar e melhorar agora e para frente, tenho certeza de que a saúde ocupacional vai melhorar muito após a pandemia”, disse.

O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP/SENAR-PR), Ágide Meneguette, alertou sobre as ações educativas e orientativas para toda a comunidade. “Muita gente ainda desconhece a gravidade da situação pela qual estamos passando. Não é um problema nosso, do setor rural, é um problema da sociedade brasileira, paranaense e de todos. Por isso precisamos de união para seguir em frente”, finalizou Meneguette.

Participaram da reunião: a diretora de Atenção e Vigilância, Maria Goretti Lopes; Presidente da FIEP, Carlos Walter Martins Pedro; representates da: ADAPAR, Delegacia da Agricultura do Paraná; Sindiavipar; MAPA Paraná; SEAB Paraná; Coopavel; Lar Cooperativa; C.Vale Cooperativa; Coopagril; Unitá Cooperativa; Castrolanda Cooperativa; Cooperativa Aurora; Cooperativa Cocari; Cooperativa Coasul; Cooperativa Frimesa; Cooperativa JBS; Cooperativa BRF;  Cooperativa Avinorte; Cooperativa GT Foods; Cooperativa Frango à Gosto; Cooperativa Jaguafrango; Cooperativa Pioneiro Frangos.